terça-feira, 12 de outubro de 2010

Longe Daqui, Aqui Mesmo




LONGE DAQUI, AQUI MESMO




Fechado em meu recinto, tento comparar o meu silêncio interior com o silêncio da cidade,
O meu refúgio se dá na tentativa de entender que tudo lá fora vai bem sem minha presença,
Aqui nesse lugarzinho onde estou existe uma porta que me dá o direito de sair e enfrentar todos os meus problemas,
Mas no momento me acovardo com medo do que pode me acontecer,
Os problemas em meu interior parecem tomar conta do meu ego e demonstram ser muita maior do que os das pessoas que circulam por estas ruas,
Uma pequena luz invade o meu refúgio chamando minha atenção, me encorajando,
Firmei o olhar descobri que aquela pequena luz passava pela fresta da porta, porta esta que escondia a imensidão que era minha cidade,
Ao me despertar por aquela luz fui me questionando,
Será que sou útil lá fora me refugiando aqui dentro?
Será que não estou me acovardando em fugir das várias sensações e sentidos que a cidade pode proporcionar a minha vida?
Pois logo, pensei que superando aquela porta me superaria de muitas outras,
Foi então que depois de longos anos refugiada quebrei a barreira dos meus limites,
Descobri que minha rua possuía um pouco de minhas raízes,
A cada dia descobria um novo trajeto, e naquela cidade se fazia uma nova história de vida,
Os problemas! Ah estes passaram a ser igualados ao das outras pessoas que ali passavam, passaram a ser necessários para a vivência do nosso cotidiano.
Percebi que a cada rua, cada esquina a qual me transitava obtinha cada vez mais um sentido para o meu caminhar,
A sensação era que minha esperança iria se renovar a cada passo, a cada sorriso lançado pelo próximo que ali trilhava pela cidade,
Com meu caminhar descobri uma porta que tinha um diferencial, por trás desta porta descobri o aconchego, o carinho, o respeito,
Resgatei não só a natureza de ser natural, mas a dignidade de viver e ver sol nascer e a cidade florescer ao dia clarear,
Comecei a contabilizar boas relações, me renovei como espécie humana e peça chave de minha cidade,
A minha história fez com que deixasse passos os quais pessoas poderiam seguir e descobrir a importância de passar por aquela porta, a importância de estar ali naquele momento, naquela hora,
Hoje com um olhar renovado consigo distinguir e comparar minha cidade a um quebra- cabeça onde todas as pessoas que ali circulam são peças importantes para o seu funcionamento,
Aprendi que como cidadão experiente não é preciso me disfarçar, mas sim perceber que uma sensibilidade controlada significa indiferença.
O lugar que hoje freqüento, tem um valor significativo e preferencial em minha vida, pois é aqui onde canalizo bons pensamentos, sou saudável em minhas atitudes.
Aprendi a dizer não a intolerância, me entrego verdadeiramente ao próximo,
Somos como o trem de ferro, unidos podemos possuir uma força inexplicável,
Mas para isso precisamos andar de mãos dadas, para que nossa sabedoria e respeito não se afunilem em um simples vagão,
Mas que se propague pelos próximos vagões, ensinando aos nossos filhos a terem um “Bem Viver” e serem bons cidadãos para o mundo.

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